terça-feira, 15 de outubro de 2019

Pousou no Jardim.

     Recebemos aqui no Jardim, o livro Aventuras Passarinhas, da MercadoLivros Editora. 
     Escrito pela Josiane Orvatich e  ilustrado pela dinamarquesa Birgitte Tummler, o livro composto por três histórias para leitores maiorzinhos é encantador. Com graça e poesia a autora, que é psicanalista, aborda sentimentos como medo, autoaceitação e ousadia. Cada história é um convite ao voo, a reflexões sobre si mesmo, e pessoalmente, achei que é um encorajamento à experimentação da liberdade.





     Aqui em casa, o livro foi lido primeiro pela N. que se apaixonou pela História de Alberta Simone, a menina que derretia.
 E depois, li aos pouquinhos para o J. que tem apenas 3  anos. 
     Numa das noites, ele não ficava quieto nem por decreto e enquanto eu lia pulava da cama para a poltrona, da poltrona para o alto.
    
      - Filho, você precisa fazer silêncio, só por um tempinho, para ouvir a história com os passarinhos! 

        Ele sentou quieto ao meu lado, e segundos depois:

      - Piu! 

       Meu passarinho me fez cair na gargalhada!





     A autora, Josiane, é graduada em psicologia e filosofia. Como editora, atuou na "Juliette Revista de Cinema" e, atualmente no projeto "Tempo de Morangos - Arte e Psicanálise". Coordena o evento "Café com Psicanálise" e o grupo de literatura "Dedo de Prosa", em Curitiba.  Além de escrever o "Aventuras Passarinhas (MercadoLivros Editora) é apresentadora e produtora do programa de entrevistas "Tempo de conversa", na Rádio Cultura de Curitiba.

    Birgitte, é artista, ilustradora conservacionista e curadora artística. Ama a natureza e faz muita arte em prol dela. Trabalhou com plantas, cavernas, pássaros e índios e sua técnica preferida é a esferográfica. É membro administrativo do Grupo ABUN - Artists & Biologists Unite for Nature.

     As duas estarão na Livraria da Barca, em Antonina no próximo domingo para lançamento e sessão de autógrafos. Vai ter bate papo com a autora, oficina com a Ilustradora e contação de história com a Larissa Deveras
     
Estão todos convidados!




segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Floricultura



"Para nós, os japoneses, o conceito de beleza está ligado as coisas parecidas entre si, como as flores. Essas são, símbolos de convivência. Com a instalação desse jardim de flores infinitas em Tókio, unimos beleza e convivência" 
(Toshiyuki Inoko - Líder do TeamLab)



segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Resenha: O Elefante Entalado



   De olhar e imaginar! De ver um elefante entalado na janela de um prédio e mais ninguém acreditar!

   O Elefante Entalado surge como fábula urbana, mas consolidou-se aqui, quando lemos pela primeira vez e depois, na roda de leitura do Jardim como "uma história de amizade com a imaginação"
   Vamos falar bastante dele, futuramente quando estrearmos a Roda do Livro. Surgiu muita coisa linda, e até um concurso de Selfies.



Eu, o Neco e a Nanda fomos os primeiros leitores, quando o livro ainda nem tinha sido publicado.
Demos palpites, porque adoramos palpitar e nos emocionamos quando o livro chegou aqui, assim, com ilustrações, prontinho e lindo.

O Neco monopolizou o livro assim que chegou, e achou, que mesmo tendo lido a história antes, a sensação foi diferente. Acho que ele ainda vai redescobrir muitos livros. Ele não se conforma dos amigos do Luís (o menino que mora no apartamento que o elefante fica entalado) não acreditarem nele, porque seus amigos, mesmo os virtuais valem ouro, e estão sempre prontos pra ajudar.
Que sorte tem meu filho!


A Nanda, que adora elefantes (já postei sobre outro livro que ela adora) percebeu na história coisas que não chamaram a atenção do Neco, como o sonho do elefante, o que nos levou a pesquisar toda sua simbologia. Agora, ela sai por aí falando do pesado amigo das nuvens, e contando mil causos.







O que eu acho do livro? Gostei muito do enredo, dos personagens, acho que os moradores do prédio, onde a história se passa representam bem os diferentes tipos de pessoas e quando cheguei ao apartamento do senhor cego me senti em casa, um lugar adoravelmente comum na literatura feita pelo Alonso.
Eu acho fantástica sua imaginação, aquela que liga as coisas, que coloca num mesmo livro um pouco de Arquimedes e um pouco de Mozart  e que torna tudo isso simples a ponto de fazer uma criança descomplicar depois.
Conversar sobre a solidão em tempos de mais de 1000 amigos no Facebook, e sobre a necessidade que as pessoas tem expor a vida, rendeu muito pano pra manga aqui no Jardim.
Pesquisar a simbologia dos elefantes em outra cultura, foi mágico, como o final do livro.
Ouvir Mozart, em determinado momento, é explicar sem palavras que alguns são mais sensíveis aos nossos sonhos e vontades, e  que não são todos que vão nos estender a mão ao longo da nossa jornada, mas que se caminharmos sobre nuvens de imaginação e bem querer, os amigos de verdade nos acompanharão.






quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Orgulho alheio.

   Sabe quando sentimos orgulho alheio? Orgulho do que uma pessoa faz ou é? 

   Eu sinto esse orgulho, muito orgulho  desse pessoal  aqui: 


Um dia de bobeira, assistindo o noticiário, me apaixonei pelo trabalho que elas realizam.
Quase no mesmo instante entrei em contato, elas mais que depressa atenderam meu pedido, voltei pro Jardim com uma caixa linda, recheadinha de livros infantis e juvenis e um baita sorriso no rosto.  E sabe mais o que? Uma caixa de livros escolhidos, dos melhores livros que se pode imaginar, gratidão! Acho que foi a primeira vez que senti que o nosso Jardim era importante, que era um circulo de coisas boas, e que eu teria apoio, que poderia falar dele, aumentá-lo, e porque não seguir adiante e torná-lo o que deve ser! 

A mágica que faz as coisas brotarem, crescerem é o incentivo, feito planta precisamos de elementos que nos forneçam condições de vida. Elas fizeram isso aqui no nosso jardim, um lugar que nem conhecem ainda, para pessoas que nunca viram, de forma espontânea e verdadeira. Nesse momento passei a sofrer de um crônico orgulho alheio . Pelo trabalho que elas fazem, libertar o que gostam, livros, leituras, histórias e tornar a vida dos outros mais saborosa.


E se todas as pessoas que gostam de ler, compartilhassem isso com alguém?




Nossa caixa da Freguesia fica disponível pra criançadinha, vou confessar que temos uns grandalhões também... eles levam e trazem, trocam, ganham, e saem daqui felizes.

Nos dias ensolarados espalhamos todos os livros no jardim, nos chuvosos ficamos no sótão da  portaria. Das vezes que eu mais gostei, uma menina pediu pra levar o livro que ela tinha acabado de ler pra casa, queria ler pros pais e um menino trouxe os livos dele pra trocar.   
Mesmo que os livos fiquem livres eles trocam entre si, e eu sigo com a certeza de estar formando grandes leitores, e de que a ações como essa da Freguesia do Livro não só fazem a diferença mas são as que temos que apoiar.

A primeira impressão das crianças quando chegaram aqui e viram a caixa da Freguesia foi de surpresa, de sorrisos, de vontade junto com medo de pegar!
Olhar, pegar, folhear, cheirar, imaginar, contar, viajar, realizar, conjugar o verbo ler! 

E não pensem que suas mães também não sentiram a mesma coisa, de repente eram elas que vinham buscar livros, uma ou outra ficam durante nossas leituras, e todas, sem exceção, agradecem, e se surpreendem, ao saber que existe um grupo de mulheres que sai por aí distribuindo livros pra quem gosta de ler. 
- Tem gente que faz isso? elas perguntam

Tem, tem gente que faz isso sim e bem, e que quer continuar fazendo e  batalha, procura meios, não desiste.




Quer compartilhar também, e ganhar um calendário lindão? É só clicar no link, conhecer e fazer parte! 


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

"Do Alto do Meu Chapéu"

   Ganhar sorteio é bom demais né? Quando é de livro então, rende uma porção de sonhos.
   Outro dia participei do Sorteio da página Brincadeiras Literárias e ganhei um livro lindo, com poemas mais lindos ainda da escritora Gláucia de Souza

   Há tempos que a internet tem me aproximado de pessoas queridas, que vão ganhando espaço em  meu coração.
   Mas vamos ao livro lindo, que olha, já foi pro cantinho dos mais amados e que veio num envelope cheio de carinhos, marcadores, cartinha fofas e autógrafo da autora!

#viverdeamor  #émuitadoçuranumlugarsó




   O "Do Alto do Meu Chapéu!  é lindo mesmo Fabi!!
   A escritora é a mesma que escreveu "Saco de Mafagafos" e "Bestiário" e claro, o meu querido "Astro Lábio".

   Os poemas da Gláucia, inspirados nos papercuts de Hans Christian Andersen, tem uma curiosidade dançante, cada um deles recorta através dos olhos histórias desdobráveis, trazendo tantas lembranças quanto é possível pra quem fica por perto na hora da poesia.
   Lemos tantas e tantas vezes, que acho que todo mundo da família acabou por conhecer o livro e se desdobrou em histórias:

* A vovó que já encontrou com os gnomos quando foi regar o jardim
* A menina bailarina que quer se transformar em borboleta poetisa
* O menino maluco que só tirava o chapéu pra mostrar a língua pro cuco

   Tentei escolher um poema pra chamar de nosso preferido. Não deu, não entramos num acordo.
   Como o Neco já deu sua opinião por aqui, quem escolhe hoje é a Nanda.




Borboleta

Borboleta, me traz um dia
de presente?
Pula e dança
na minha frente?
Faz nuvem torta
ter cara de gente?
Ou cara triste
ser contente?

Borboleta, sem nem mais,
me ensina:
a ter cara de menina?
a gritar que nem buzina?
a catar vento em esquina?

mas se não der...
Borboleta, me faz...

Ah! Me faz ser...

... bailarina!



   Obrigada Fabi, Gláucia. Carinho que não se mede! ♥

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Quando um filho se apaixona.





Ela se apaixonou pelo “Circo da Lua”,da escritora Eva Furnari, e por três noites seguidas repetiu a história.
Trouxe o livro da escola, por causa do projeto de leitura que eles fazem por lá, passou o fim de semana grudada nele, devolveu na segunda e antes de devolver já avisou:
- Eu quero um ” Circo da Lua” só pra mim.
Que mãe não realizaria um desejo desses?
Agora louca, atrás de um elefante estrelado, pra adoçar a magia que é ver um filho se apaixonar por um livro. ♥
(k)


Ouvir e escrever, mágico e inexplicável.


- Mãe, cadê minha agenda?
- Nanda, sai da frente! Olha mãe, olha o que eu faço com a bola e a lâmpada. ( porque já passamos daquela fase “pequenas mágicas”)
- Mãe, pede pra ele parar de cantar essa música! Eu nem sei de quem é? E como ele é desafinado! Puxa, se eu cantasse mal assim, nem saía de casa!
- É do Aerosmith, sua boba, e é claro que você não sabe quem são, você é uma bebezinha!
- Sou bebezinha nada, você pode saber falar, mas não sabe escrever, ahahahahahahah, aposto que não!
- Você nem lê direito! Eu to cantando a música, um musicão! Can-tan-do!
- jajaja pra você
- Olha mãe, cantando e fazendo embaixadinha, defendendo… Quase quebrando o vidro da porta, ihhhh… Aquele quebradinho ali não é de hoje, é de outro dia.
- Ahhh, eu não aguento mais essa bola, batendo, tum, tum, tum, essa música, esse chato.
- Eu que não posso mais com você menininha, vem cá, ouvir música boa, de verdade, coisa fina!!! OPA! “coisa fina” é meio coisa dos  anos 80 né mãe?
- É filho, é coisa de antes, eu acho?!?!
- Não achei que você estivesse tão velha! Mais de 100 anos?!?! (risos)
- Minha mãe não é velha, ela é novinha, não ta vendo?
- To brincando Nandinha (sem parar de bater a bola contra o sofá)
- Para com isso por favor ! Mãe, amanhã quero uma outra mochila! Uma é pesada e nem fica direto comigo, a outra, eu até gosto, mas ta velhinha… Nada a ver com o que a gente tava conversando sobre ser ou estar velhinha…
- Ser ou estar? Você lá sabe o que é isso? Depois fala de mim…
- É claro que eu sei o que é isso. Ser é ser e estar é estar! Sendo ou estando, aqui ta bom!
- Olha mãe, até parece que sabe das coisas!
- Mãe, posso usar o computador e ver o vídeo da  Let it Go. Você  fica ai batendo nas letrinhas e o Neco batendo a bola (começando a chorar), e eu to ficando nervosa, acho que perdi minha agenda. E agora? Onde a professora vai anotar os recados? Você nem vai saber o que acontece comigo na escola! ” Para de cantar essa música Neco!”
- Ta ouvindo mãe? Ou só ta escrevendo?
- Estou ouvindo, eu sempre ouço! E escrevendo, eu sempre escrevo!
Súbito silêncio.
Neco vai pro sofá, Nanda  também, olhos na tv, que, vejam só, também estava ligada…
Nanda vai tomar água, volta, olha pra mim, sorri, puxa os joelhos contra o corpo e olha novamente a tv.
Neco continua cantando, baixinho, repetidamente a música…
- Qual é a música Neco?

- Até que é legalzinha, concorda a Nanda, coçando os olhos, o pescoço, bocejando…
(k)